Entrevista 2º parte: "Estar sem clube? ... é algo que estranhamente não me tem criado grande pressão..."

 Andebol: Na segunda parte da entrevista a Nuno Santos feita pelo Mundo do Andebol, falamos um pouco de como é lidar com o facto de estar sem clube, do "sonho" da seleção e dos planos para o futuro. 

Mundo do Andebol

Nuno Santos


Anda no andebol há 22 anos e depara-se atualmente com uma situação que (infelizmente) é algo comum nos dias de hoje: um jogador encontrar-se sem clube e sem saber se continua ou não ligado a um clube na próxima época. Mas, para o ponta-direita natural de Lisboa, é "algo que estranhamente" não lhe tem "criado pressão". Quanto ao futuro, diz que a seleção é "um sonho antigo", mas é algo que "acabará por ser consequência de todo o meu trabalho diário".

P- Está atualmente sem clube, depois do fim de contrato com o Tatran Presov. É algo que o preocupa e lhe cria alguma pressão?

"Nenhum jogador gosta de se encontrar sem clube. Principalmente numa altura em que as pré-temporadas estão prestes a começar. Mas é algo que estranhamente não me tem criado grande “pressão” ou nervosismo. Sei o trabalho que desenvolvi no Tatran Presov, das minhas qualidades enquanto atleta e aquilo que posso acrescer a qualquer grupo de trabalho. Foco-me naquilo que controlo. Treinar, treinar e treinar, para quando a oportunidade certa surgir agarrar com “unhas e dentes"!"

P-   Certamente terá o objetivo de conquistar mais troféus e fazer mais feitos na sua carreira. A seleção, em quase todos os jogadores, é um “sonho a realizar”. Para si, é, e tem o objetivo de o conseguir brevemente? 

"Representar a Seleção Nacional é um sonho antigo. E como diz, acaba por ser o sonho de muitos jogadores. Mas uma coisa que aprendi no meu trajeto desportivo até hoje é que depositarmos foco em algo que não depende de nós não faz com que isso se concretize. Tenho de olhar para mim e para o meu processo. Onde estou e que condições tenho para continuar a crescer e ter bons resultados nas estruturas onde estou inserido. A chamada a Seleção, se algum dia acontecer, acabará por ser consequência de todo o meu trabalho diário."

Factos e Curiosidades:

Parkour

É um dos seus desportos de eleição, para além do andebol. Tem como principal objetivo utilizar o corpo e as suas habilidades, tendo a sintonia entre a velocidade e a força, para ultrapassar obstáculos urbanos ou naturais.

A Ajuda, boas memórias

O andebol acompanha-o desde dos 7 anos. Começou no CCR CCR, em Lisboa. Recorda-se especialmente da zona onde cresceu, a Ajuda, de onde guarda muito boas memórias. Pode ler também a 1 parte da entrevista aqui.

P-Tem a ambição de algum dia chegar a jogador de uma grande equipa Mundial, como PSG, Barcelona, Veszprem…?

"Na verdade, não tenho nenhuma equipa de eleição em que gostaria de jogar. Simplesmente gostava de continuar a crescer em campeonatos competitivos, em estruturas de trabalho organizadas e conquistar títulos."

"Mas uma coisa que aprendi no meu trajeto desportivo até hoje é que depositarmos foco em algo que não depende de nós não faz com que isso se concretize." 

P- Um dia, será que o podemos voltar a ver em Portugal, a jogar numa equipa que luta por títulos?

"Isso é uma questão à qual não consigo responder porque não depende de mim. Sempre disse que gostaria de conquistar um título Nacional no meu País. Agora se isso será possível, ou quando será, é algo que me transcende. Volto a reforçar que o que me compete (treinar e cuidar-me) faço com o maior rigor possível e com imenso trabalho. Se o resultado de tudo isso for de encontro aos objetivos pessoais que tenho será a “cereja no topo do bolo”."

"Ainda tenho interesse em conquistar muitas coisas e ter muitas experiências enquanto atleta" 

P- Sei que não será fácil responder-me, pois depende de muita coisa. Mas, daqui a uns bons ano (espero), quando acabar a sua carreira como andebolista, quererá ou tem o sonho de ser treinador, ou é algo que não o cativa? Boa sorte para a sua caminhada.

"Ser treinador não é algo que esteja no meu horizonte. Tenho algum interesse em estar ligado à modalidade, mas não como treinador. Tenho curiosidade na vertente estrutural dos clubes. Como se organizam, como se posicionam no mercado Nacional e Internacional e qual a melhor estratégia a adotar para um projeto estável e sustentável. Mas é como diz… Espero que esta nova fase da minha vida seja o mais tardia possível. Ainda tenho interesse em conquistar muitas coisas e ter muitas experiências enquanto atleta"

Entrevista em 2 partes: ler aqui a primeira


Gustavo Magalhães

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