Dia de honrar o "Guerreiro"
Andebol: Foi precisamente há 1 ano, após ser internado no Hospital de São João, que Alfredo Quintana faleceu. O seu legado permanece até hoje, após deixar todo o mundo do desporto em choque.
Mundo do Andebol
O que é ser "Quintana"
Um percurso memorável
Industriales, poucos conhecem este nome. Clube cubano onde Quintana jogou andebol pela primeira vez, na longínqua época 2009/2010.
As raízes nunca se esquecem fruto da humildade que caracteriza Quintana, o cubano nunca se esqueceu das suas raízes. Em busca de jogar nos maiores palcos Europeus, Quintana veio para Portugal com o intuito de ser melhor. Mas nada o impediu de honrar a sua pátria, uma das melhores no que toca ao desporto em geral, sobretudo no andebol
Podemos dizer, o clube da "vida". Embora tenha passado pelo Industriales, Alfredo representou o FC Porto, o único enquanto profissional. Aí se fez aquilo que foi, um dos melhores do Mundo, conseguindo mesmo em 2014 nacionalizar-se português e jogar na seleção.
506 jogos e 48 golos, são a soma de jogos e golos na seleção e no FC Porto. 48 golos para um guarda-redes, são de louvar (73 jogos e 10 golos pela seleção). A mais brilhante defesa foi na Sparkassen Arena em Kiel, num remate em rosca vindo da ponta- que deu praticamente a vitória aos portistas.
A história na seleção com o amargo do JO. Quintana foi cedo de mais. Ainda por cima, logo a seguir à sua morte, Portugal apurou-se para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Depois do Europeu e do Mundial, Quintana não jogou os Jogos Olímpicos, algo inédito até ao momento.
O que deixa enquanto ser-humano. A filha Alicia e a mulher Raquel são as duas pessoas mais importantes para Quintana. Adorado por todos, sem dúvida que o mundo ficaria bem melhor com pessoas como Quintana. Não será um Adeus, mas sim um Até já, craque!
26 de fevereiro de 2021, data triste, dia em que Alfredo Quintana, com apenas 32 anos (quase 33) cumpridos, acabou por não resistir a uma paragem cardiorrespiratória sofrida poucos dias antes. Na véspera de ser internado, (domingo, dia 21 de fevereiro), Quintana tinha realizado uma excelente exibição, esta mesma que tinha permitido ao FC Porto vencer na casa do Águas Santas. Subitamente, no treino de segunda-feira, Quintana foi transportado para o Hospital de São João no Porto.
Colegas de seleção e rivais de clubes, Gustavo Capdeville, jovem guarda-redes do Benfica e principal guardião das redes portuguesas, recorda com bastante emoção o colega e amigo Quintana. O nome do cubano, nas vitórias e nas derrotas, acompanha-o sempre, uma vez que desde do dia do desaparecimento do incrível "guerreiro", a sua camisola apresenta o nome do antigo guardião portista: "O Alfredo era como um irmão. Cheguei à seleção bastante novo e ele sempre me acolheu bastante bem..."- diz Capdeville. "Aprendi que , se não se trabalha, há sempre alguém atrás a querer mais do que nós, a dar mais do que nós e a querer ficar com o nosso lugar..."- palavras bem elucidativas da personalidade de Quintana, vincada pelo trabalho, dedicação e amor com que Quintana defendeu sempre o seu país de acolhimento, bem como as lições dadas ao companheiros e amigos.
Um ser extraordinário, quer a nível desportivo como a nível pessoal. Respeitador, divertido, gigante em altura e nas balizas, deixou certamente uma grande mensagem a todos e a todas aqueles que, praticantes ou não da modalidade, queiram ter um ídolo e um exemplo do que é ser um dos melhores. Lembrar e relembrar pessoas como Quintana nunca será demais. Independentemente onde estejas Quintana, os melhores momentos e sobretudo a tua pessoa jamais serão apagados da nossa memória. Até sempre, Alfredo Eduardo Quintana Bravo!
Gustavo Magalhães
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