A experiência e a juventude

 Andebol: O ciclo de Magnus Andersson no FC Porto tem sido incrível. Os dragões não perdem para o campeonato há 77 partidas, e este sábado a experiência voltou a falar mais alto. O duelo até ao final será uma constante entre experiência e juventude. Quem levará a melhor?

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O "rei do golo" é rei do FC Porto

Se criar oportunidades é importante, concretizá-las é fundamental. Pedro Cruz, com os seus 37 anos, trouxe ao clássico deste sábado aquilo que os dragões procuravam há muito: um homem golo. Em 2 jogos fez 29 golos (13 frente ao Águas Santas e 16 frente ao Sporting) e jogou na ala-direita, que não é destinada a destros como Cruz. Quem se esperava melhor, não o foi, e quem se esperava pior, fez todos mudar de opinião.

A experiência e a juventude são dois antónimos, mas que se encontram no campeonato português. Não excluindo como é claro o Benfica, creio que FC Porto e Sporting serão aqueles mais bem preparados para conquistarem o campeonato. A fluidez, inteligência e a qualidade dos protagonistas, são semelhanças que podemos encontrar entre estes dois velhos rivais. Porém, se existe um FC Porto maduro e com um Pedro Cruz imparável, a juventude pode não chegar para combater estes dois fatores. 

A troca de Pedro Valdés por Martim e Francisco Costa, por agora tem sido mais vantajosa para o Sporting. O FC Porto, esperava que num período de tempo mais próximo Valdés desse aquilo que Cruz está a dar, mas ao invés, aquilo que se verifica é precisamente o contrário. O cubano, de que não se duvide do seu talento, ainda estará em processo de adaptação, principalmente no que toca à confiança. Essa mesmo que poderia ter posto em risco a vitória azul e branco no clássico deste sábado, não fosse o resultado confortável encontrado pelos dragões a 2 minutos do final. 

Já os irmãos Costa, com a benesse de estarem a ser orientados pelo pai, tem trazido muita qualidade ao Sporting. Embora Francisco Costa, de 16 anos, ainda não tenha a experiência necessária, tem dado "água pela barba" a todos os adversários pela irreverência que apresenta. O irmão, mais experiente, apresenta semelhanças, mas de todo modo, a sua principal característica é a coragem. 

Se pensarmos aquilo que seria o FC Porto sem Pedro Cruz, com Rui Silva a fazer sempre as despesas e de Iturriza e Daymaro a dividirem praticamente as partidas de maior grau de dificuldade, de certeza que a juventude levaria a melhor. Embora nada esteja decidido, e o FC Porto ainda tenha que ir a Lisboa defrontar o Benfica, o jogo de sábado provou bem a competência quer de Magnus Andersson, quer de Ricardo Costa ao leme destas equipas. Se nos últimos anos o andebol nacional chegou onde chegou, estamos com uma dívida de gratidão a estes dois emblemas. Que venham mais deste jogos, que fazem do andebol um grande desporto.

 Gustavo Magalhães