Orgulho acima de tudo

 Mundo do Andebol

Opinião- Por Gustavo Magalhães

A imprevisibilidade é aquilo que sempre alimentou e continua a alimentar o desporto. A ansiedade do adepto, a esperança de todos, o nervosismo do atleta.. enfim, tantas coisas para enumerar. E por isso (tenho as minhas suspeitas), o selecionador nacional tenha dito "vamos lutar por uma medalha", o que é legítimo.

Aquela celebre frase "a esperança nunca morre" não se aplica neste contexto, porque a esperança morre, principalmente quando pode morrer no seu começo. Nestes Jogos Olímpicos, a esperança pode mesmo dizer "adeus" para aqueles mais "fanáticos" (desculpem-me a palavra) e ambiciosos, porque o primeiro jogo é com o Egito. Como é claro, ela não vai morrer para os atletas, nem para mim, nem para todas as pessoas realistas que olham para isto de uma forma descontraída e principalmente conscienciosa. Mas para os fatalistas a coisa pode correr mal... e podem cair em erro, aquando a hora do comentário crítico.

"A imprevisibilidade é aquilo que sempre alimentou e continua a alimentar o desporto..."

Com isto não digo que seja impossível ou bastante improvável vencer o Egito, apenas refiro-me a um jogo de um grau de exigência muito alta. Perder, ganhar, empatar faz parte, e perder com o Egito não é um escândalo daqueles que faz cair o "Carmo e a Trindade", apenas é uma derrota, como todas as outras, algo triste mas normal. Mas se calha no azar de perder esse jogo (o que eu como é evidente não desejo e acredito na vitória nacional), aí a maré vaza e calma, transforma-se numa maré alta e brava, que inunda o lado crítico, com fracas palavras, muitas vezes escritas por pessoas induzidas no erro da sua própria ambição descomedida.

A expectativa criar-se, não acho mal, até pelo contrário, claro, na sua devida dose. Os troféus, as medalhas, o prestígio que está para chegar... etc,  vai dando alento a todos que têm uma ambição colossal, e é para quem eu dou um conselho, e principalmente, para quem escrevo esta crónica. Isto não é um "déjà vu", mas sim uma oportunidade inédita, uma geração do andebol de Portugal que mais ninguém esquecerá. Por isso, aproveitemos e desfrutemos, que esta mais ninguém nos tira. Pensem, repensem e reflitam: "orgulho acima de tudo".

Pensem, repensem e reflitam "orgulho acima de tudo"

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