Ambição, vontade e trabalho árduo na preparação dos Jogos Olímpicos

 Andebol: Seleção nacional prepara Jogos Olímpicos na Nazaré, mas primeiro tem desafios de preparação, com Brasil (no sábado dia 3) e com Espanha mais tarde. Crónica: Rumo a Tóquio

Mundo do Andebol

“Heróis do Mar” querem ser “Heróis de Portugal”

Daqui a 24 dias, Portugal vai estar no Japão, em Tóquio mais concretamente, a defrontar o Egito, no primeiro jogo da sua história nos Jogos Olímpicos, com esperanças de no final, transformar a sua designação de “Heróis do Mar”, para “Heróis de Portugal”, ao conquistar uma medalha.

Mas primeiro na Nazaré, onde decorre a preparação destes Jogos Olímpicos e de alguns jogos de preparação, frente a Brasil (hoje, dia 2 de julho pelas 12h00 na Nazaré) e Espanha, os lusos “afinam” os pormenores. Nas palavras à comunicação social, Paulo Jorge Pereira foi bastante claro em relação aos objetivos de Portugal, dizendo que vamos tentar “fazer história”, e que Portugal não vai ao Japão só para “comer sushi”, no tom irónico que já vimos Paulo Pereira falar, dando ênfase  também ao bom ambiente que se faz sentir na seleção.

"É um momento alto de qualquer desportista e vamos tentar mais uma vez fazer história. Não é só estar lá a comer sushi, vamos tentar mais uma vez fazer história"- começou por referir o selecionador nacional. 

Ainda lamentou a falta de entusiasmo por parte de todas as pessoas como o facto de Portugal ter conseguido garantir presença nestes Jogos Olímpicos, fazendo uma pequena crítica à sociedade portuguesa ligada ao desporto, uma vez que o futebol é o centro das atenções do desporto: Na situação em que estamos, no país em que estamos, o desporto não importa, não presta, não é nada - é futebol. Eu adoro futebol, mas reconheço que nós é como se não existíssemos, trabalhamos muito, esta gente sofre muito para poder competir por Portugal e devíamos ser um bocadinho mais reconhecidos. De qualquer maneira é o que temos, são estas as condições e aceitamo-las".

Entre estes 20 jogadores que incluíram esta primeira convocatória, apenas 14 mais 1 de “reserva” marcarão presença neste Jogos e Paulo Jorge Pereira referiu que os jogadores já sabem “quais são as condições, porque  a gestão de expectativa é o mais importante e que aqueles jogadores que provavelmente poderão não vir a ser convocados, esses já sabem quem são e que tudo está a treinar feliz: "Os jogadores já sabem quais são as condições", porque "a gestão da expectativa é o mais importante"- disse o "remador" dos Heróis do Mar. "Aqueles jogadores que provavelmente poderão não vir a ser convocados, esses já sabem quem são".

Para rematar disse: “Para nós vai ser extremamente importante o primeiro jogo, embora, aconteça o que acontecer no primeiro jogo, continuaremos em prova e as coisas continuaram intactas até ao final. Era importante entrar bem”.

Outras declarações:

Luís Frade, pivô da seleção nacional e jogador do Barcelona

"Era muito difícil como modalidade de grupo chegar lá, nós conseguimos, vamos viver o sonho"

Pedro Portela, ponta-direita da seleção nacional e jogador do Nantes na próxima temporada

Preparado para ultrapassar as seleções da fase de grupos e, depois, criar novos objetivos, que passarão pelas medalhas"

Humberto Gomes, um dos mais experientes da seleção com 43 anos, guarda-redes no Póvoa

"Quando comecei a jogar, ir a uma grande competição já era um feito muito grande, quanto mais aos Jogos Olímpicos... Nunca foi colocado sequer esse sonho"

Rui Silva, central da seleção e do FC Porto

"É sinal de que vamos representar Portugal nos Jogos Olímpicos. (...) Só quando pousarmos os pés lá [em Tóquio] é que vamos sentir completamente o concretizar de um sonho que há uns anos pensávamos que era, não digo impossível, mas muito difícil de acontecer"

A vontade é muita e a ambição também. E como é habitual, fechamos este nosso artigo com esta frase do selecionador nacional Paulo Jorge Pereira. " vamos ser malucos, porque assim nós somos mais felizes". Veja a crónica "Rumo a Tóquio", carregando aqui.

Gustavo Magalhães